Por que apesar de sermos tão criativos travamos na hora de escrever?
Por Jorge A. Barbosa
Temos ideias, imaginamos cenas, encontros, personagens, mas na hora de colocar no papel rola aquele frio na barriga. Pensando nisso, gostarioa de compartilhar uma leitura com vocês, leitores do MalkBlog.
O livro em questão é de um dos grande autores de ficção
científica de todos os tempos, Ray Bradbury. Em O zen e a arte da escrita (Leya) Bradbury
deixa um pouco as suas histórias espaciais e se concentra no ato de escrever.
Não se trata de um manual feito para escritores, o livro trata da fagulha
criativa que existe em cada um de nós. Poderia definir estes breves comentários
como resenha, no entanto, buscando um sentido menos formal (menos academicista)
me atrevo a comentar um dos meus melhores achados literários nos últimos meses.
Quem espera deste livro um manual de como se
deve escrever uma cena ou mesmo escrever um romance, não vai encontrar as
tradicionais receitas, muitas úteis – não podemos em hipótese alguma recusá-las
como dicas pra melhorar nossas histórias – diria que o livro é um passo a mais
pra quem já leu dezenas de livros sobre como escreveu e, nunca conseguiu sair
da primeira página. Não foi a toa que vagando em uma grande livraria, em busca
de algum título inspirador encontrei Ray Bradbury, num momento que disse: “por que
você, seu Jorge, não fica só nas suas letras e deixa de lado essa coisa de
escrever, afinal não tens nada de interessante pra contar pros outros”. Dizia
isso pra minha consciência, mas, não acreditava. Alguma coisa sempre é
possível, nem que seja pra viver nas minhas próprias histórias, mesmo que não
publique. A grande maioria dos manuais
tradicionais são bons pra técnicas, mas não ensinam como os aspirantes a
escritor devem lidar a com ânsia de escreverem uma grande história.
É justamente aí que o “Zen e a Arte da
Escrita” entra. A alegria ou satisfação do ato de escrever está na própria
existência da vida, das coisas simples, das nossas lembranças, que com o passar
do tempo ganham significado próprio. Ações que nos marcam. A primeira viagem
fora da cidade sem os olhares protetores do pai ou da mãe. Já parou pra pensar
no que se passava? Como você via o mundo sem as presenças dessas figuras sempre
preocupadas em nos proteger? Lembro que a primeira vez que saí de casa era como
se entrasse num novo território, das sensações, dos medos e, principalmente,
das alegrias.
Inspire-se! Nerd Yourself! |
Bradbury nos seus capítulos valoriza esses
recortes, que todos nós temos. O escritor, claro! Tem essa capacidade a mais de
significar o mundo, de querer compartilhar. Acredito que daí é que surge a arte
da escrita, de contribuir com o mundo a partir das coisas do mundo (do nosso
mundo) sem querer ser os grandes, mas sendo autênticos. Depois de uma hora
lendo, sentado no sofá da livraria, carrego as lições de um velho escritor que,
também, se deparou com os desafios que o mundo moderno tenta impor aos
artistas: só existe valor naquilo que fazem se tiverem vinculados ao sucesso
editorial e aos lucros advindos disso. Isso faz que muitos desistam ou que
acreditem nos estéreis valores acadêmicos, do rigor, da tradição, blá, blá e
chazinhos e etc e tal.
O próprio Bradburry afirma:“O fracasso é desistir” p. 142
Não desistir porque o trabalho de fazer e
desfazer quantas vezes nossa consciência mandar é que nos vai dar o zen, o
relaxamento, a satisfação. Seguindo as dicas deste autor: devemos escrever
nossa própria história, com o tempo nossos personagens, tomaram conta de nossas
mãos, nos conduzira por caminhos menos árduos, o nosso subconsciente estará
livre das hipocrisias formais e, muito mais próximo do verdadeiro amor pela
escrita.
Gostei da dica, vou ler o livro e depois comentar o que achei.
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