Por Kariny Aciole
Rasgando a escuridão da noite, trazendo a tona um mundo oculto que espreita nas sombras, eles percorrem as noites-selvagens, apaixonados, perigosos cheios de fúria e tocados pela Lua Cheia. E quando seu mundo toca o nosso, um desejo primário prevalecerá, deixando sem forças os simples mortais e revelando os segredos de um Clã amaldiçoado…
Adentre o início de uma jornada entre homens e Lobos.
A noite parecia um turbilhão confuso na mente de Éden, como se um milhão de pensamentos confundissem as suas ideias, enlouquecendo sua razão, sentia-se observada a cada passo, a floresta lhe parecia viva, pulsando em ritmo sedutor, instigando seus instintos a cada segundo.
Ela sentia seus pés ficarem mais leves a cada passo, o vento acariciando, os longos cabelos negros que lhe caiam em uma cascata selvagem, seu corpo jovem, agraciado com formas harmoniosas, seus olhos castanhos grandes e arredondados fascinava qualquer um. Naquele momento, ela fechou os olhos. Queria acreditar que tudo era realmente um sonho. Normalmente não existia uma única chance de ela ter medo, mas seu corpo naquele momento parecia querer alertá-la deixando-a tão perturbada que a cada novo passo, parecia sentir que era levada para um caminho sem volta, em direção a um destino incerto.
Sim, ela estava em seu intimo assustada com tudo aquilo, a lua cheia no céu causava-lhe uma sensação de selvageria e excitação agitando todo seu corpo.Éden era uma jovem de dezessete anos, com habilidades que a afastavam do mundo a sua volta, mesmo quando era apenas uma criança nunca sentiu que pertenciam a algum lugar, e, desde que fugira daquele lar para órfãos, em outro condado, deixara para trás muito de sua inocência, para seguir por caminhos perigosos, que lhe levassem a descobrir quem era ela.
Sim, ela estava em seu intimo assustada com tudo aquilo, a lua cheia no céu causava-lhe uma sensação de selvageria e excitação agitando todo seu corpo.Éden era uma jovem de dezessete anos, com habilidades que a afastavam do mundo a sua volta, mesmo quando era apenas uma criança nunca sentiu que pertenciam a algum lugar, e, desde que fugira daquele lar para órfãos, em outro condado, deixara para trás muito de sua inocência, para seguir por caminhos perigosos, que lhe levassem a descobrir quem era ela.
Com as Freiras não aprendera nada de interessante, mas foi graças a sua furtividade, que pode assistir as escondidas às aulas que os Padres davam aos filhos dos lordes locais, ouvia tudo com atenção, apenas o livro sagrado não lhe interessava, sua mente desejava conhecimentos que respondessem suas duvidas. Por algum motivo sentia que seu destino estava longe daquelas paredes frias.
Agora estava no Vale de Sion, onde os camponeses viviam com simplicidade, chegara ali graças a generosidade de uma caravana de ciganos, que lhe permitiram seguir com eles. Aquele lugar era selvagem e ao mesmo tempo encantador. Com suas casas feitas com grande habilidade, tinham uma personalidade própria típica de um povo guerreiro e forte isso se refletia nas suas bases feitas com pedra e paredes de madeira escura.
...
O mar banhava aquele vale, dando aquele povo seu sustento, pelo que ela sabia o verão era gentil, mas o inverno poderia ser cruel se não se preparasse bem para suportá-lo, sentia que mesmo assim Sion era um lugar aconchegante, de fato um lugar aparentemente perfeito, com uma tradição cultural cheia de influencias místicas, superstição e lendas que em noites de lua cheia eram contadas na taverna local pelos bardos com tamanha maestria que faziam até os mais céticos acreditarem na fantasia daquelas palavras.
Éden voltou à realidade, perdendo de vez a linha de seus pensamentos, não era o momento de fraquejar, ela devia prosseguir.Afinal, já havia tempos que ela queria entender porque sentia-se enfeitiçada pela natureza que a cercava, foi então que um uivo rasgou o silêncio da noite, o som de outros uivos a fez ranger os dentes.
“Eles estavam ali” era seu pensamento, antes de seu corpo entrar em total confusão, a mudança veio violentamente, rasgando a pele dando-lhe a impressão que os ossos quebravam-se, criando sons assustadores, onde seu corpo parecia estar sendo estraçalhado de dentro para fora, algo queria sair, ela sempre soube que um dia a verdade viria à tona.
Emoções fortes a inundaram, mas estes não eram apenas seus sentimentos. Agora quem surgia era a Loba que antes estivera adormecida em seu corpo, ela uivou, o som saia não apenas de sua garganta, mas de sua alma, a pele antes alva dava lugar a uma pelugem negra como a noite, os olhos ganharam um leve brilho avermelhado, ela começou a correr por entre as árvores, seus sentidos se aguçaram ainda mais, ela podia ouvir os animais da floresta, o som do vento e até mesmo a água que corria no rio rumo ao mar.
Ela era outra agora. Indo à direção ao rio, vislumbrou na água sua nova aparência, sentindo-se livre e poderosa.
Algo chamou sua atenção na outra margem. Pode velos tão claramente quanto se via na água, eram cinco ao todo, de pelugens que variavam do cinza ao amarelo, ela podia sentir seus cheiros no ar, eles a observavam, com seus olhos brilhantes, ela sentiu a excitação tomar conta de seu novo corpo, um sussurro lhe invadia os ouvidos, era um chamado, que mais parecia um feitiço sedutor.
Seu pelo fica eriçado e quando um deles de pelugem cinzenta, começava a cruzar o rio, ela sentiu seu coração disparar era como se já o conhecesse, ele não parecia temê-la, mas assim que ficou cara a cara e percebeu que ele era bem maior do que ela, seu coração jovem temeu algo. Foi muito rápido, ele avançou ferozmente contra ela, exibindo presas enormes, cortando a pele que envolvia seu pescoço, ela ganiu de dor, tentando esboçar alguma reação de defesa, mas era inútil, mais forte e ágil ele a dominou em segundos, derrubando-a com tamanha violência que sentia seu corpo fragmentar. Por um momento ela poderia jurar que a criatura sorria, em quantos seus olhos exibiam um brilho de ódio.
Éden queria fugir, não compreendia porque foi atacada, os outros começaram a atravessar o rio, ela ficou petrificada, o que era aquilo afinal?Eles exibiram as presas de forma ameaçadora, ela tremia assustada, quando eles pareciam decidir como iriam destroçá-la, um grande lobo de pelugem branca surgia das sombras quase ao lado dela, exibindo uma aura de confiança e imponência dignas de um Rei.
O lobo cinzento que iniciara o ataque não se intimidou diante dele, seu corpo mudava de forma, ficando maior, transformando-se em uma criatura semi-bípide de quase dois metros, com garras afiadas, presas enormes, exibindo uma juba farta, com um símbolo no peito que Éden parecia reconhecer.
Aquilo era um lobisomem? Ela sentia que suas patas não a obedeciam, ela desejou que aquilo não fosse real.O lobo branco passou pela a mesma mudança, exibindo suas garras e presas para o adversário.Eles avançaram um contra o outro com violência, selvageria e fúria.
O cheiro de sangue fresco se espalhava no ar, ela não conseguia se levantar, acompanhava a luta, temendo não apenas por ela, mas também pelos dois que lutavam. Não sabia o motivo de se importar com eles, afinal tinha sido atacada, deveria desejar que seu agressor fosse dilacerado, mas não conseguia desejar isso.
Outros uivos ao longe cortavam a noite, pareciam com uma sinfonia vinda do próprio inferno.
Aquele de pelugem cinzenta em um movimento rápido esquivou-se do ataque que era desferido contra ele, olhando para Éden com um misto de ódio e outro sentimento que ela não podia compreender.
Em seguida ele sumia nas sombras, sem deixar rastros, seus companheiros pareciam cortar as sombras com suas garras brilhantes, deixando Éden e aquele lobisomem de pelugem branca sozinhos.Ela não sabia se tudo que vira e sentira até ali era real, mas o fato era que não era uma jovem normal, ela sabia agora que podia transforma-se em uma Loba, e que agora estava diante de uma criatura que poderia ser da mesma espécie que ela.
O Lobo virou-se para encará-la de uma forma perturbadora, ela sentia-se devorada por ele, seus pelos se eriçaram quando ele deu alguns passos em sua direção, mas sua vista ficou turva, sentia-se tonta, tudo começou a escurecer diante dela.Um último uivo rompia a escuridão daquela noite, onde a lua cheia testemunhava que mais uma de suas crias despertava, para assim rasgar o véu da realidade sombria.
Muito bom Kariny, parabéns. : )
ResponderExcluirAté que enfim contos! essa menina é nova no blog?
ResponderExcluirCaramba muito bom Lobinha!
ResponderExcluirEssa temática é atraente e já acompanhava os escritos da Loba desde época do NERD e agora vou continuar em seu encalço.
Parabéns!!!
Marcos THE BIG NERD =)
Parabéns, muito legal mesmo!!!
ResponderExcluirMuito empolgante
parabens lobinha gostosa! saudadeeeeeeeeeees!
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