sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Por que a Quarta Edição de D&D não vingou?



Que a 4ª Edição está com os seus dias contados você já sabe, mas o que esperar do novo D&D e porque o 4.0 não vingou?


Por Ailson "Boss" Lima

“Como vocês leram no The New York Times, esse é um bom tempo para o D&D. Nós estamos felizes em anunciar que estamos desenvolvendo a próxima edição de D&D e estamos procurando pela legião de fãs do jogo para nos ajudar a escolher o formato e o futuro do D&D conosco.”

Mike Mearls em Carta Aberta aos Jogadores e fãs de D&D

Como já devem ter lido nos blogs de RPG brasileiros na última terça feira (11), os fãs do RPG mais famoso do mundo tiveram uma surpresa: a quinta edição havia sido anunciada. Isso menos de quatro anos depois do lançamento da última, o D&D 4.0.

O velho D&D que tentou se reinventar com uma nova mecânica e visual, não ia bem das pernas. Os números podem compravar “Pathfinder vendeu mais que  D&D em cinco meses de 2010. Comojá mencionei antes, nós não estamos procurando m vencedor.  Queremos que todos os nossos RPGs vendam bem,  mas confiar no D&D para manter os RPGs vivos em nossa loja parece não só perigoso, mas preguiçoso”, revela no seu blog, o dono da Black Diamond Games, Gary Ray responsável por um sistema popular nos EUA e conhecido por alguns jogadores daqui, o Pathfinder. O blog da DG é conhecido por sua transparência também divulgou um gráfico do ano de 2010 que mostra como o mercado depende do Dungeons & Dragons e de como as vendas deste RPG estavam caindo:


Onde foi que erramos?
Por que a quarta edição não vingou?

Mais em que base se sustentava o D&D? Por que a quarta edição estava perdendo espaço para jogos emergentes? Para isso não há uma resposta concreta, mas suposições que devem ser levadas em consideração: O D&D 3.5 estava indo bem, tinha suas falhas, como qualquer sistema, entretanto funcionava, mantinha certo realismo e focava em itens e talentos para fazer o personagem evoluir. Coisa não muito diferente das primeiras edições. Outra  característica do 3.5 era a narrativa e os mundos clássicos. Quando a quarta edição chegou ao mercado, ficou difícil adaptar cenários como Dragonlance, por exemplo. Forgotten Realms foi comtemplado, mas com muitas controvérsias. 


A quarta edição trouxe os MMORG para as mesas de jogo e veio para atender a um público que gostava mesmo é de sentar na frente do computador para jogar. 


E amigos, o tempo dá a resposta para tudo, esses caras deram uma olhada no jogo e logo voltaram para o computador. Foi um tiro no pé.

O que querem os jogadores?

Vamos pensar um pouco!
Jogadores de RPG querem desenvolver seus personagens, interagir com mundos fantásticos, ralar para conseguir itens mágicos e evoluir seus personagens, sofrer por não ter uma poção de cura... A quarta Edição é um jogo de estratégia e retirou um pouco (muito?) daquela sensação que tínhamos ao jogar RPG.

Outro ponto a ser questionado: dinheiro não nasce em árvores. Para quem era novo no ramo do RPG, comprar os livros básicos da quarta edição pode até não ter sido tão dispendioso, mas e aqueles que colecionavam os livros da terceira? Como ficaram depois de saber que não seria lançado mais nada para aquele sistema e que se quisessem se adaptar ao novo meio, teriam que comprar novamente os livros básicos?

Para completar, personalidades influentes do RPG nacional como o Trio Tormenta simplesmente não curtiram o novo D&D e deixaram isso bem claro. Fã Sites como “Os Últimos Dias de Glória” também decidiram fechar os olhos para a nova edição. Desta forma, muitos seguidores destes formadores de opinião passaram a partilhar dos mesmos pensamentos, até mesmo por que seus jogos preferidos não seriam convertidos mesmo.Com um time “Do Contra” de peso, foi difícil para os Eladrins e CIA do 4.0 segurarem as pontas aqui no Brasil. Com o RPG Indie em alta, a aceitação só diminuiu.

O que o futuro nos reserva?
Acho que devemos ir por alí!

Monte Cook está de volta a Wizards, assim como Margareth Weis que parece estar desejando colocar as coisas no seu devido lugar. Pensando por este lado, podemos esperar algo bom. Além disso, os fãs foram convocados em carta aberta o que mostra o receio da Editora de cometer o mesmo erro. O que se espera é um resgate do bom e velho RPG e se ele não acontecer, a WOTC soube rolar os seus dados pois com tanta gente envolvida, inclusive o consumidor final, será difícil apontar um culpado para um possível fracasso.

Que os Velhos Dragões retornem!

14 comentários :

  1. Texto muito bem escrito. Mas discordo de dois pontos:

    1- a característica simulacionista na 3a Edição (sem essa de 3.0, 3.5... Na prática, é a mesma coisa) é, ao meu ver, o maior defeito dela. Simular realidade com regras irreais acabou por quebrar o jogo.

    2- não creio que o mercado ou a opinião brasileira tenha influenciado as vendas ou as decisões da WotC. As opiniões fortes daqui foram apenas reflexos do que era sentido nos EUA, o único mercado verdadeiramente importante para o RPG mundial. Insatisfação apenas aqui não geraria um 5E

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  2. Muito bem observado ZineZuada, mas queremos dizer que a insatisfação do mercado Brasileiro influenciou os fãs brasileiros, no sentido de "aceitar" a quarta edição, não foi motivo para o 5.0, entende?

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  3. Desculpem o mal entendido no penúltimo parágrafo do texto, realmente parecia que estávamos dizendo que a insatisfação do Trio Tormenta tinha sido motivo para uma nova edição, mas só queríamos comentar que essa insatisfação e a decisão de não converter as regras do cenário para o D&D 4.0 fez com que muitos fãs também deixassem a quarta edição de lado e continuassem com o 3.0/3.5.

    Ufa! Esperamos ter resolvido!

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  4. Eu como jogadora e mestre de D&D prefiro 3.5 do que a 4ª edição

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  5. Eu nem cheguei a ler o 4 edição, na época tava desligado do rpg e quando voltei deu preguiça de absorver mais uma avalanche de regras totalmente novas......mas realmente as críticas não são boas.

    Espero que a 5° edição venha para degolar essa crise com uma espada na mão montada em um dragão e consiga resgatar o grande tesouro perdido: os fãs.

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  6. De fato!!! A quarta Edição de D&D parecia video game, dava até pra tentar fazer alguma coisa, mas nada se compara a 3.5 na minha opinião!

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  7. Claro que o Brasil não tem esse poder todo para influenciar nas decisões da Wizards, mas os autores daqui tem o poder de fazer a cabeça de muita gente, ainda assim, mesmo que o Trio Tormenta tivesse adorado o 4.0 a quinta edição seria lançada do mesmo jeito. Mas q muitos torceram o nariz pro D&D 4.0 seguindo seus autores preferidos, isso não tem como negar.

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  8. Acho que o Brasil pode ter tido uma contribuição ainda que ínfima, afinal o D&D também é vendido aqui, e se vem pra cá é porque EXISTE MERCADO, logo aqui foi mais um somador que se juntou ao resto do mundo. Eu sempre torci o nariz para a 4ª edição. Minha mesa se mantém na 3.5 até hoje e as inconguências encontradas (ou a interpretação errada de determinadas regras) são sempre resolvidas com a regra de ouro: "O Mestre tem a palavra final!", rsrsrsrs!! A 4ª ed era mesmo MMORPG puro, personagens overpower que indiscutivelmente funcionam melhor nas telas dos pcs nos Mu da vida.

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  9. Eu só não gosto de ler algumas afirmações mentirosas.
    Pathfinder NUNCA vendeu mais que D&D 4E.
    As pessoas se baseiam nas informações de preferências feitas pelo site http://www.icv2.com .
    Os critérios que esse site usa são vagos e não comporta a realidade, ele não tem acesso as vendas e lucros dos dois sistemas, seja D&D seja Pathfinder.
    O próprio The New York Times mostrou numa reportagem no ano passado as vendas entre os dois sistemas. usando de informações reais financeiras dos mesmos, D&D 4E vendeu mais que Pathfinder sempre, em todos os anos.
    Fanboys de Pathfinder adoram espalhar mentiras para colocar o seu sistema a frente de D&D.

    Mas D&D 4E, foi um fiaco ou não ?

    D&D 4E manteve boas vendagens e o 1º lugar sempre, nunca deu prejuízos a Wizard/Hasbro, mas não correspondeu a expectativa de lucro maior desejado pela empresa.
    Existe dois motivos principais para isso, porém um motivo foi o mais destacado.

    Motivo nº 1: As revistas Dungeon Magazine e Dragon Magazine em papel e sua distribuição era feita a alguns anos por uma empresa terceirizada contratada da Wizard, o nome da empresa é Paizo.
    A Paizo ganhou muita grana com esse trabalho.
    O anúncio da 4E gerou uma ruptura entre a Wizard e Paizo.
    A Wizard decidiu que o conteúdo das revistas continuassem com a Paizo, porém não mais produzidas em papel e sim de forma digital, aonde os usuários acessariam o conteúdo através da ferramenta digital chamada D&D Insider.
    O conselho da Paizo viu que o seu lucro seria pífio e decidiram continuar o D&D 3E usando a licença aberta na forma do Sistema Pathfinder, e se deram muito bem, pois ganharam muito lucro com isso.
    Todo o lucro que o Pathfinder ganhou é um lucro que não entrou no bolso da Wizard/Hasbro e por isso o Pathfinder tornou-se algo tão incomodo para a Wizard, pois uma empresa rival estava ganhando rios de dinheiro com um produto D&D.
    Agora me digam com toda sinceridade, SE a Wizard/Hasbro mantivesse a produção das revistas em forma de papel com a Paizo como era no D&D 3E, não existiria um tal de Pathfinder RPG incomodado os lucros da Wizard/Hasbro e o seu D&D. Logo o motivo principal é um erro da própria Wizard/Hasbro.
    O Pathfinder é o motivo principal de uma edição nova do D&D sair e não o sistema do D&D 4E em si, logo separem alhos de bugalhos.
    Sistemas Indies não fazem sombras aos lucros da Wizard/Hasbro, somente o Pathfinder faz, e na real, Pathfinder é D&D, ou seja se D&D fosse perder para alguém, perderia para si próprio, e nem isso ocorreu com o Pathfinder.

    Motivo nº 2: Esse motivo faz uma diferença pequena, a Wizard/Hasbro produziu uma nova licença aberta mais restritiva e as empresas parceiras se viram traídas por causa dessa nova licença e não pelo lançamento da 4E.
    Se a 4E tivesse uma licença aberta, a produção de produtos paralelos seriam grandes, e a propaganda e vendas indiretas envolvendo o D&D 4E seriam maiores para a própria Wizard/Hasbro.
    Logo, a Wizard/Hasbro deu um tiro no próprio pé ao tomar medidas unilaterais traindo seus parceiros e com isso não lucrou tudo o que pretendia com o novo sistema. O D&D 4E é um sistema elegante e bem produzido, possue prós e contras tal qual o próprio D&D 3E e Pathfinder.
    Se a Wizard/Hasbro fosse esperta, manteria a licença antiga, as revistas nas mãos da Paizo, e produziria paralelamente as duas linhas: D&D 3E e D&D 4E.
    A TSR produziu ao mesmo tempo a linha do D&D 1E e do AD&D e lucrava com as duas linhas. O motivo principal da falência da TSR não foi a produção das duas linhas simultâneas, mas sim a produção excessiva de cenários que no final deu pouco lucro.
    A 5E é ma forma da Wizard/Hasbro tentar lucrar com todas as edições.

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  10. Continuando ...

    D&D 3E, Pathfinder, D&D 4E :

    Muitos jogadores não quiseram continuar jogando 3E e muito menos Pathfinder (enjoaram depois de 8 anos de jogo, e foi extendido pelos anos de Pathfinder), 4E não os agradou, e migraram para outros sistemas e até a jogarem retroclones de sistemas antigos de D&D (1E e AD&D).
    Pathfinder comparado com 3E é mais do mesmo em termos de sistema, porém a produção de suplementos com elementos de fluff o Pathfinder tem o seu lugar de mérito, principalmente o seu carro chefe, os livros de aventuras bem produzidas.
    A respeito se 3E/Pathfinder como sistema é melhor ou pior que D&D 4E é algo subjetivo e relativo no que diz respeito ao público de cada um deles, pois cada público se diverte com o que lhes agrada.
    Agora cabe sim uma discussão técnica de designer sádia do que há de melhor e pior de ambos os sistemas (D&D 3E/4E/Pathfinder), mas isso só é possível com avaliações imparciais e sem fanboysmos.

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  11. Só lembrando que aqui no Brasil, o 4E vendeu bem segundo a própria Devir livraria, e dúvido que algum sistema feito aqui no Brasil na era D&D 4E vendeu mais que D&D 4E.

    No site http://www.terceiraterra.com, há um podcast com a editora de RPG´s da Devir Livraria e ela mesma afirma as boas vendagens de D&D 4E.

    O Brasil realmente não influência em nada nas vendas da Wizard/Hasbro, somente o público norte-americano que importa.

    Sandro Melo Disse:

    "personagens overpower que indiscutivelmente funcionam melhor nas telas dos pcs nos Mu da vida."

    Com todo o respeito, dizer que os personagens de D&D 4E são overpowers é de morrer de rir.
    Na 4E os personagens são tão equilibrados que chegam a serem chatos de tão homogêneos, se tem uma coisa que essa edição não pode ser acusada é de ser overpower.
    Overpowerismo? isso tem de montão em 3E e qualquer mestre de 3E sabe disso, principalmente do nível 12 em diante aonde esse sistema quebra totalmente e em níveis épicos sai de baixo, são tantos números que você tem que ter diploma de matemática para controlar tudo.
    O sistema brasileiro Old Dragon (baseado em D&D 1E/AD&D/3E) foi criado por uma insatisfação com o D&D 3E e sua quebra de jogo e não por causa da 4E.

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  12. Vingou sim! Mestro D&D desde as saudosas sessões do AD&D!! Estilo de jogo, adaptaçoes tipo Dragonlance, Old Schools e bla bla bla nao dependem somente do sistema - vai tbm do grupo de jogo, do DM!!!
    Outra coisa... eu amo o Mourisse! Boa!
    Parabens pelo post e ótimo site!!!

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