sexta-feira, 21 de outubro de 2011

The Waking Dead: os zumbis na HQ


Por Lázaro- Arauto- Júnior

A série THE WALKING DEAD estreou no final de outubro de 2010 no Brasil, através da FOX. Nos Estados Unidos, seu país de origem, a série bateu recorde de audiência já no primeiro episódio. O sucesso garantiu uma nova temporada, que logo no final da primeira, após curtíssimos seis episódios, foi marcada para o ano subsequente.

A segunda temporada teve 13 episódios e fez bastante sucesso, mesmo tendo dado uma pausa de dois meses e meio e repetido a exaustão o mesmo cenário. Ainda assim, os últimos episódios foram bem quentes e tensos, recuperando o ritmo da série deixando a promessa de surpreender ainda mais os fãs e espectadores na terceira temporada, que começa em outubro de 2012.




A princípio, o roteiro foi adaptado para inspirar-se nas HQs, com algumas mudanças e rumos diferenciados. Sendo isso verdade, como seriam então os quadrinhos e quais diferenças haveria?

Em ambas as versões, o protagonista da história se chama Rick Grimes, oficial de polícia de uma cidadezinha no Kentucky que sofre um "acidente de trabalho" (um tirambaço, na verdade) e vai parar no hospital, em coma por algum tempo. Quando acorda, encontra-se confuso num mundo vazio e desprovido de pessoas vivas. Durante sua ida para casa, recebe uma pancada na cabeça e cai na inconsciência. Ao despertar pela segunda vez neste dia, ele conhece Morgan Jones e seu filho Duane. O garoto o havia batido achando que fosse um morto-vivo. Depois de recuperado, Rick leva Morgan para a delegacia da cidade e oferece armas e munições para ele, dizendo que irá para Atlanta, na Georgia, encontrar sua família, pois seus sogros moram lá.

Ao chegar a Atlanta, as diferenças (nada sutis) começam a aparecer...


Rick mal sabe o que o espera...
O que está diferente?

HQ - Os zumbis andam muito devagar. Em alguns momentos podem andar um pouco rápido ou se lançar num pequeno impulso sobre suas vítimas se chegarem muito perto.
TV - Enquanto estão a esmo, eles são lentos. Mas, próximo de suas presas, os zumbis quase correm!

HQ - Ao chegar em Atlanta, Rick perde o cavalo e acaba salvo por um rapaz chamado Glenn, que o leva a um acampamento de sobreviventes numa mata perto da cidade.
TV - Rick entra num tanque de guerra abandonado para escapar dos zumbis que o derrubaram de sua montaria e a comeram. No tanque, ele houve através de um rádio a voz de alguém querendo ajudá-lo.

HQ - Os zumbis são completamente estúpidos. Não conseguem carregar ou usar nada.
TV - Os zumbis tentam fazer pequenas coisas, como abrir maçanetas ou inspecionar algumas áreas mais atentamente.

Olha! Chegamos no blog do Malkavianos
HQ - O grupo "principal" sai de Atlanta à procura de um local seguro para viver, uma vez que a área ao ar livre onde estava tornou-se perigosa.
TV - Eles saem de Atlanta procurando um centro de controle de doenças na esperança de haver alguma explicação para tudo isso.

HQ - Um dos personagens importantíssimos da trama morre antes do grupo deixar Atlanta.
TV - O tal personagem segue vivo durante toda a primeira temporada.

HQ - Ninguém sabe ou tem menor idéia do que originou o "apocalipse zumbi".
TV - No final da primeira temporada, eles atribuem fatores biológicos aos zumbis, embora não sejam concisos de como tudo começou.

HQ - O foco principal dos quadrinhos é a sobrevivência e como os seres humanos atuam, agem, mudam e se adaptam às crises apresentadas ao longo da história.
TV - Apesar da sobrevivência ser também o foco da série, há uma atenção maior às criaturas do que as situações em si. Porém, isso muda em alguns momentos chave ao longo dos episódios.

HQ - Os personagens vivem quase como nômades durante um bom tempo. Mesmo quando estão fixos em algum lugar, o que demora bastante para acontecer, ainda precisam atuar como "caçadores-coletores", procurando por suprimentos e armas, cada vez mais escassos.
TV - Na primeira e na segunda temporada praticamente todas os personagens ficam em algum tipo de "QG" ou "base", embora ainda atuem buscando provisões e armamentos.

Vale a pena ler?

THE WALKING DEAD é uma revista de cunho adulto realmente interessante. Claro que se estiver pensando em erotismo e cenas de "intimidade" explícita, pode tirar o cavalinho da chuva (ou ele será devorado por zumbis!).

Traço de Tony Moore
O foco da revista, através do desenvolvimento da história de seus personagens, é como as pessoas se adaptam a este novo mundo. Como elas conseguem se ajustar a esta nova realidade onde a luta pela sobrevivência é constante. Isso gera os mais variados tipos de problemas (e nem sempre com os desmortos). Os sobreviventes precisam reaprender a viver basicamente do zero. E uma vez que a formação de um ser social em nosso mundo atual consiste na cultura do consumo e em como ele consegue interagir socialmente, o surgimento de fatos que mudem radicalmente seu modo de viver ao ponto de tudo o que ele aprendeu de pouco ou quase nada servem para sua sobrevivência, e a forma como isso é explorado na HQ, são o que fazem THE WALKING DEAD em quadrinhos ser o sucesso que é, mesmo abordando um tema tão antigo e explorado como "zumbis".

O trabalho do criador e roteirista (Robert Kirkman) assim como o dos artistas (nas primeiras edições, Tony Moore é quem faz a arte. Atualmente, Chard Adlard faz este trabalho) é realmente digno de nota. Apesar de ser respeitado o fato da revista ser para adultos nas apresentações das lesões corpóreas dos zumbis, tanto em si mesmos quanto as que eles provocam, isso não chama tanto a atenção quanto ao mar de esgoto que os personagens e o protagonista precisam enfrentar diariamente. Pois além de risco de infecção e morte, os protagonistas ainda precisam se proteger de outros sobreviventes e enfrentar dilemas morais impensáveis no nosso modo de vida atual.

Capa de Charlie Adlard
A HQ ainda está em curso nos Estados Unidos, embora a história esteja bem avançada, na marca das 104 edições. Cada uma, em sua versão americana, com cerca de 20 páginas. No Brasil, a editora HQM comprou os direitos para impressão e distribuição do título, que foi adaptado para OS MORTOS VIVOS. A primeira edição chama-se DIAS PASSADOS, tem 148 páginas (umas 6 edições) e custa aproximadamente R$ 30,00.

OS MORTOS VIVOS é uma das melhores revistas em quadrinhos que já li. Apesar do preço parecer "salgado", a publicação da HQM compreende várias edições em sequência num encadernado em brochura.


Se quiser saber o que nos espera em um "eventual" apocalipse zumbi e o como as pessoas possivelmente atuariam frente as adversidades e aos seus semelhantes, OS MORTOS-VIVOS é uma publicação indispensável. Possivelmente, um dos títulos mais importantes e "relevantes" sobre o assunto.

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