sábado, 24 de setembro de 2011

Indiana Jones completa 30 anos


Em 12 de junho de 2011 fez 30 anos que o filme OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA estreiou no Brasil. Um grande herói e um novo gênero acabou por aparecer, eternizando Harrison Ford no papel em que ficou mais conhecido em toda sua carreira (bem mais que Han Solo na trilogia clássica de Star Wars): Indiana Jones. 

Em 1981, os computadores ainda eram um produto de ficção científica. Algo do imaginário popular que só viria a se tornar realidade em agosto do mesmo ano, sendo popularizado anos mais tarde. Obviamente a internet só veio a ser difundida abertamente na década de 1990 até chegar ao que é hoje. Nessa época, só se sabia das novidades do cinema vendo trailers nos mesmos ou através dos jornais, que publicavam seus lançamentos com no máximo uma semana de antecedência.

Muitas vezes, ficávamos sabendo dos filmes na véspera de sua estréia ou dias depois. Por isso, a maior parte dos grandes personagens do cinema eram conhecidos pela massas após exibição televisionada. Até então, as maiores lendas para o público juvenil, oriundas na sétima arte, eram de filmes como Star Wars e Jornada nas Estrelas, assim como o famoso Super-homem. Era a época das viagens espaciais que remontavam o final da era de ouro da ficção científica. Isso mudou logo no primeiro ano da década de oitenta, com uma produção de Steven Spilberg, onde sequer se imaginava que o protagonista acabasse por se destacar ainda mais que a produção em si. 

Segundo informações do IMDB, o primeiro filme da saga teve um orçamento de US$ 18 milhões e rendeu mais de US$ 384 milhões. Mais que suficiente para possíveis continuações. A primeira sequência aconteceu em 1984 (INDIANA JONES E O TEMPLO DA PERDIÇÃO), que gastou cerca de US$ 28 milhões e arrecadou mais de US$ 333 milhões. Em 1989, seria a última aventura do personagem em INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA. Arrecadou pouco mais de US$ 474 milhões tendo sido investidos para sua produção aproximadamente US$ 55 milhões. Assim, estava finalizada a saga do herói nos cinemas... ao menos era o que se achava. Em 2008, quase vinte anos após o último filme da franquia, chegava aos cinemas INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL. Muito receio houve para os fãs que receavam se a antiga fórmula cinematográfica dos anos 80 iriam dar certo nos tempos atuais, onde os efeitos gráficos impressonavam cada vez mais e James Cameron prometia uma revolução com sua mega produção AVATAR, que seria lançado um ano depois. 


A maior prova que um dos maiores heróis do século 20 e de toda a história do cinema encantaria tanto o público antigo quanto novos adeptos. O filme custou US$ 185 milhões e rendeu mais de US$ 786 milhões. Quase superou a receita somada dos últimos dois filmes.

Mas quem é o herói e por que essa fórmula deu tão certo?


O Dr. Henry Jones Júnior (sim, ele tem doutorado) é professor em uma conceituada universidade americana. Apesar de lecionar ser sua profissão, ele também age como arqueólogo e ladrão de túmulos por vários lugares do mundo, onde assume a alcunha de Indiana Jones: homem ágil, inteligente, sagaz, culto e sempre pronto para a ação.

Acima de qualquer coisa, Indiana Jones representa o aventureiro. Sempre motivado por suas paixões e suas crenças. Disposto a fazer o que for necessário, sem necessariamente violar suas próprias regras pessoais, para alcançar seus sonhos. Muitos o denominam como um destemido que não teme a morte. A verdade é que ele não tem medo de viver. A cada aventura, conquistas e fracassos, o Dr. Jones cresce um pouco mais. Um homem civilizado que não se prende a um modo de vida padrão. Um aventureiro cheio de vida que a despeito de qualquer tesouro que busque não abre mão de seus valores fundamentais.

Vai dizer que nunca correu de uma pedra rolante?
Em sua longa carreira de explorações e remoções não-autorizadas de relíquias e objetos antigos, ele fez valiosos aliados, assim como muitos inimigos em todo o mundo.

Dentre os inimigos mais destacáveis, pode-se mencionar o 3º Reich Alemão. Na segunda guerra mundial, é fato que Adolf Hitler procurou variadas formas para financiar ou belicamente desenvolver seu esforço de guerra. Uma das formas, muito explorada pelo cinema, é o uso e pesquisa de artefatos históricos considerados "místicos", que pudessem render milhões ou servirem como armas. Pode-se dizer que o célebre Dr. Jones frustrou alguns desses planos, com perdas significativas tanto financeiras quanto de efetivo.

No primeiro filme, OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA, Indiana Jones aceita um pedido do governo americano para encontrar a Arca da Aliança, onde os hebreus levavam as tábuas dos 10 mandamentos, antes do exército alemão. Este por sua vez está sendo assistido por René Belloq, um arqueólogo francês sem escrúpulos, que por muitas vezes no passado tem levado a melhor sobre o Dr. Jones. O protagonista, como personagem, ainda era desconhecido. Este filme ainda estava sendo testado como uma nova fórmula. Tanto que o nome INDIANA JONES só foi assimilado ao título nos filmes subsequentes. Após o sucesso no cinema, comercialmente o RAIDERS OF THE LOST ARK passou a ser precedido pelo nome do protagonista.  

No segundo filme, INDIANA JONES E O TEMPLO DA PERDIÇÃO, o aventureiro escapa de uma negociação mal-sucedida na China e acaba caindo na Índia, onde um povoado está sendo vítima de calamidades e miséria devido ao roubo de uma relíquia mística para eles. No intuito de ajudar o povoado (e no conhecimento que estas relíquias são recheadas de diamantes que as fazem brilhar), Indiana Jones decide ir até o palácio do Marajá para investigar o acontecido.

No terceiro filme, INDIANA JONES E A ÚLTIMA CRUZADA, o herói se vê forçado a atravessar vários países da europa e oriente médio para encontrar seu pai, também doutor em história e arqueologia, que sumiu após viajar à França para seguir pistas da localização do Santo Graal, o cálice que Jesus Cristo usou na santa ceia. Durante muito tempo, o termo "última cruzada" serviu dubiamente não apenas para o enredo do filme, mas para encerrar a saga do heróis no cinema.

Entre 1990 e 2008, houveram várias tentativas de replicar o sucesso que o personagem "Indiana Jones" havia criado. Heróis como Alan Quatermain, baseado no herói de um livro de Henry Rider Haggard "AS MINAS DO REI SALOMÃO" (acabou sendo título do primeiro filme), tentaram reviver a fórmula conseguindo ainda gravar uma continuação, mas não teve o sucesso esperado. 


Ford ainda aguenta o tranco!
O quarto filme, INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL, vem não necessariamente para reviver o estilo de filmes ou refazer a franquia. A proposta dessa vez é apresentar o personagem, com uma idade um pouco avançada, ao público jovem atual, ao mesmo tempo que traz para os fãs de sua época a fórmula cinematográfica das últimas duas décadas anos do século 20. Misturando elementos antigos com recursos novos, o filme foi um sucesso. Nessa sequência, Indiana Jones ajuda um rapaz a encontrar sua mãe que foi supostamente sequestrada por forças russas que investigam pistas de uma antiga cidade lendária chamada Akator. Tendo em vista que os mesmos oficiais russos o haviam sequestrado anteriormente e que haviam sequestrado um amigo e colega seu, Harold Oxley, após ter descoberto no Peru um crânio de cristal.

Seja para jogadores de RPG, amantes do cinema, fãns de blockbusters ou simplesmente os saudosistas, a tetralogia INDIANA JONES é um entretenimento indispensável, que muito mais que um mero passatempo, nos mostra os costumes de uma época, as origens do auge do cinema do final do século passado. O personagem representa muito mais que um aventureiro, um protagonista ou uma figura. Ele é um dos símbolos mais marcantes de uma geração. Uma utopia de como um homem poderia desbravar o mundo através de seus sonhos e suas convicções.

Um comentário :

  1. Gente,

    Se todos os narradores conseguissem impor a suas narrativas os elementos contidos nestes clássicos, o rpg com certeza seria muito mais apreciado nos dias de hoje. Eu particularmente, já não consigo identificar uma mesa interessante aqui em Recife. Espero que isso mude, pois já está ficando sem graça, ver as mesas se tornarem reflexos do mmorpg.

    flw.

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