quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O Barão Samedi

Continuando com a nossa sessão de contos, postaremos mais um texto do gênero para vocês. Desta vez, uma história sobre vampiros. Boa leitura!

Por Marcelo Queiroga

Surgiu soturno e silencioso por entre as trevas da noite, exalando um peculiar cheiro de sepulcro e rosas mortas...


Trajava um fabuloso e empoeirado fraque negro, uma bela cartola, e em sua mão esquerda, coberta elegantemente por uma luva branca, jazia uma esplêndida bengala carregada de entalhes mágicos.

O Barão, como era conhecido, havia vindo à procura de mais uma vítima de sua derradeira senhora, a Morte. Para isso, atravessara o Véu de Espectros que separa o Mundo dos Vivos e o Inframundo – uma região nebulosa e ameaçadora, habitada apenas pelos mortos inquietos.

Aparentemente, dessa vez o dono da alma atormentada se tratava de mais um suicida. Alguém, que incapaz de esperar pelo momento do Último Chamado, baniu-se voluntariamente do Mundo dos Vivos.  
O Barão odiava esse tipo, pois não conseguia compreender como alguém poderia abdicar espontaneamente de uma existência no Mundo dos Vivos para sofrer por toda a eternidade em uma dimensão sombria e agonizante.
De tal modo, o Barão foi cumprir com o seu dever e adentrou o prédio onde o suicida habitava. O lugar abarcava toda a mediocridade da cidade, disseminava demasiadamente imundície e miséria.
No saguão de entrada do local existia um porteiro velho e excessivamente magro guardando o lugar. O Barão parou, copiosamente observou o velho que cochilava ao lado de uma garrafa vazia de rum. Ainda não era o momento, ele pensou, mas em poucos dias viria buscá-lo também – em breve os anos de bebedeira cotidiana cobrariam seu preço perante aquele homem.
Enquanto se preparava para subir as escadas do prédio em busca do infortúnio, o Barão deparou-se com uma mulher negra e demasiadamente adiposa, e juntamente com ela, um cachorro, um pequeno e irritante cachorro.
O poodle começou a latir com feroz entusiasmo para o Barão.
Felizmente para os seres do Inframundo os vivos não podem enxergá-los. Pelo menos a grande maioria deles. Contudo, espalhados pelo mundo, existem raros humanos dotados do chamado Dom da Mortalha, os quais são capazes de sentir a influencia de entidades sobrenaturais. Além destes raros humanos, havia também os chamados inocentes e imaculados, como algumas crianças e animais. Para estes, a presença sobrenatural de seres como o Barão causava uma profunda sensação de desconforto e frio.
O Barão odiava cachorros, principalmente os de latido agudo, e fez questão de fazê-lo correr acovardado após lhe alçar um olhar aterrorizante e intimidador.
A dona do animal ficou sem compreender o desespero do poodle:
- Lafayette! Volte aqui!  - Gritou ela, ao ver o animal soltando-se da coleira e correndo desvairado para à avenida repleta de carros acelerados.
Entrementes, o Barão seguiu o seu caminho pelas escadas em busca do morto do apartamento quarenta e cinco.
Não que fosse realmente necessário ele subir todos aqueles andares à procura de seu objetivo. Entretanto, o Barão apreciava demasiadamente o seu trabalho, sendo capaz de tudo para prolongá-lo ao máximo.
Ele subiu as escadas lentamente, degustando cada degrau, até chegar ao seu andar de destino.
Atravessou sobrenaturalmente por entre as paredes da residência do morto. O apartamento estava absolutamente imundo quando o Barão aportou nele. Tudo revirado, tudo destruído! Habitava uma horrível atmosfera empoeirada em comunhão com uma fragrância nauseante de vômito e devassidão.
O Barão seguiu até o ponto exato, e no banheiro o corpo do homem jazia inerte sobre uma banheira turvada por sangue.
Era um homem de aparência jovem, com a pele macilenta e os cabelos castanhos. E ao que parecia, o morto havia aderido ao velho e costumeiro suicídio romano. Tinha deitado sobre a água da banheira morna e realizado pequenos cortes nos pulsos com uma navalha – uma morte aparentemente lenta e indolor, pois de alguma forma a água quente e a fina hemorragia anulavam muito das dores e extenuações causadas pela morte.
O Barão sorriu e observou a cena por alguns segundos, havia prazer em seu semblante. Até que decidiu finalmente levar a alma do homem consigo para o outro mundo. Sendo assim, retirou sua cartola branca e se envolveu numa densa névoa que surgiu instantaneamente. Em instantes, enquanto a névoa se dissipava, o Barão revelava sua verdadeira face. O que era antes um homem negro, alto e magro, transformou-se numa criatura descarnada e putrefata, como um cadáver redivivo.
Contudo, algo estava muito errado. Naquele corpo, não restara nem ao menos uma alma. Não havia restado nada, exceto uma casca vazia e efêmera que logo iria apodrecer.
O Barão sorriu sarcasticamente e mais uma vez despontaram seus dentes apodrecidos. Parecia que de alguma forma alguém havia chegado primeiro.
Quem poderia ter chegado antes do Barão e roubado a alma daquele infeliz? Ele iria descobrir mais cedo ou mais tarde, e o responsável pagaria caro por seu ultraje, muito caro.
 A noite de trabalho estava apenas começando...


14 comentários :

  1. Gostei da história. Mas, aonde estão os vampiros?

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  2. Sangue de euzinha dou naaauuummm rsrs Deixo o amor morrer rsrs. Valeu a história... mas aposto que filhota minha, não vai querer trocar seu Crepúsculo por nenhum Barão!!!

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  3. Assustador!! adorei prende muito a atenção do leitor.parabéns!!!

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  4. curti não! preferi o outro da shana... o regreço da shana é mto melhor! esse conto é ruim! nem gostei. merdade difundo é toscao!

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  5. Achei uma merda! Foi do queiroga?aquele viado?morte aoqueiroga!

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  6. O conto é muito bom! Não tem vampiros por que não é sobre vampiros... O barão samedi é o "deus dos mortos" da mitologia voodoo difundida principalmente no caribe. AILSON SEU BURRO!!! Quero ver a continuação.

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  7. porra conto foda curti o lnce da morte cheia de stilo, puta foda caraio!!!vou quere vê a continuaçao bls? foda mano, prabréns!

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  8. Muito Bom, embora eu seja suspeito...

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  9. Eu sinceramente não gosto tanto desse conto. Deveria reescrevê-lo melhor.

    Marcelo Queiroga.

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  10. Achei muito bom, onde eu encontro o conto completo?

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  11. O miserável do autor NUNCA terminou.

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