- Trecho do livro
Por Gláucia Guedes e Lázaro 'Arauto' Júnior (co-autor)
Jô Soares é um dos artistas mais respeitados do Brasil. Sua criatividade manifesta-se em diversas áreas, passando pela direção de peças, atuações, entrevistas realizadas para um talk show, música e livros.
Acho os livros de Jô particularmente interessantes, já que ele costuma misturar fatos e figuras históricas com enredos mirabolantes e divertidos. Em O XANGÔ DE BAKER STREET, por exemplo, ele traz Watson e Sherlock Holmes ao Brasil para investigarem um serial killer. (Toda a sequência de “criação” da caipirinha é hilária.)
Comecei mencionando O XANGÔ DE BAKER STREET porque acho este o melhor livro escrito por ele. Nele, conseguimos sentir que o autor gosta dos personagens que criou e que, por isso, trabalha cada detalhe e “cena” da obra com um cuidado imenso. A história flui, por assim dizer.
Acho os livros de Jô particularmente interessantes, já que ele costuma misturar fatos e figuras históricas com enredos mirabolantes e divertidos. Em O XANGÔ DE BAKER STREET, por exemplo, ele traz Watson e Sherlock Holmes ao Brasil para investigarem um serial killer. (Toda a sequência de “criação” da caipirinha é hilária.)
Comecei mencionando O XANGÔ DE BAKER STREET porque acho este o melhor livro escrito por ele. Nele, conseguimos sentir que o autor gosta dos personagens que criou e que, por isso, trabalha cada detalhe e “cena” da obra com um cuidado imenso. A história flui, por assim dizer.
Já em seu mais recente livro, AS ESGANADAS (Compahia das Letras), temos um tema fascinante: um serial killer com problemas com a mãe começa a matar apenas mulheres muito gordas atraindo-as com excelente comida portuguesa e é perseguido por um grupo bastante interessante de policiais, cozinheiro e jornalista. A trama está focada nas elaboradas mortes das “esganadas” e nas tentativas patéticas da polícia em prender o perpetrador de crimes tão hediondos.
O livro é interessante. E, sim, merece ser lido. Mas a sensação que fica quando terminamos a leitura é que ele é apressado, episódico mesmo. A trama não flui, ela dá saltos gigantescos no tempo. Claro que a escrita de Jô Soares nos leva para o Rio de Janeiro da ditadura de Getúlio e rimos bastante com sequências divertidíssimas como a do assassino falando no velório de duas vítimas.
Contudo, o autor poderia ter tido mais paciência e elaborado melhor a trama. Não que o livro seja ruim, mas ao lado de O XANGÔ DE BAKER STREET, AS ESGANADAS perde brilho. Fica, assim, a sensação de que a cada livro o autor está mais apressado para terminá-los não dando a atenção necessária aos personagens e às tramas. É como quando temos uma ótima idéia e precisamos anotá-la o quanto antes para não esquecermos. Mas, quando essa idéia é para um livro, ele precisa de tempo para ficar pronto - - e realmente sensacional.
Confira uma leitura da obra realizada pelo próprio autor:
Adquira o livro pelos links da Saraiva, Submarino e Cultura. Boa leitura. Aproveite! Assassinos seriais são uma boa pedida para incrementar os enredos das partidas de RPG.
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