domingo, 26 de fevereiro de 2012

Caim teria sido um Mago?: Uma questão de interpretação das Disciplinas Vampíricas em Storyteller.

Por Diego Costa


O sistema Storyteller da editora norte – americana White Wolf é uma das mais ricas e complexas ambientações para jogos já feitas para Role Playing Game, o RPG. Isso não é uma novidade, já que os narradores e jogadores em geral, independentes de preferências, sabem disso. É inegável: Desde as suas primeiras publicações nos primórdios dos anos 80, notadamente com o título Ars Magika, a editora que criou o que entendemos hoje como “O Mundo das Trevas”, inventou um jeito novo de se jogar e até de entendermos o que seria a “realidade” (pergunte a qualquer um que jogou Mago, e entenderás o que eu digo).

Polêmica, sempre foi uma marca da WW (como chamaremos a partir do decorrer do texto a citada editora): Problemas de direitos autorais (o famoso caso Anne Rice x WW), com grupos religiosos, com a imprensa, o governo, as mortes muito reais atribuídas ao sistema e até com editoras brasileiras (a recente disputa entre WW e a brasileira Daemon)... Isso tudo favoreceu a criação de um culto pop ao RPG: Com a WW, jogar RPG passou de divertimento infanto-juvenil para algo “cool”, sério, de adultos mesmo (e principalmente de muito pseudo-culto por aí).

Poderíamos passar o resto desse artigo citando diversos exemplos. Inconteste é: A WW elevou o nível dos jogos de RPG e amadureceu o sistema como um todo, sendo importante ao lado do sistema GURPS pela transição completa do sistema de tabuleiro para o sistema interpretativo, cujo lance mais ousado, definitivamente , foi o Live – Action.



Storyteller não foi pioneiro no RPG de Terror
É claro, não sejamos ignorantes: Outros sistemas, como o Gurps ( Gurps Horror), D&D (o icônico Ravenloft) e o mitológico THE CALL OF CTULHU , antes do Storyteller propriamente dito já abordavam a estética do chamado “Terror” dentro do RPG (entre os livros recomendados por Vampiro: A Máscara, está em primeiro lugar, justamente o Gurps Horror, pouco conhecido e meio sumido das mesas rpgísticas que frequentei...), ainda assim, a WW inovou ao trabalhar com os clássicos da cultura popular com uma linguagem mais cinematográfica e moderna.

Entre um dos ícones magistralmente trabalhados pela WW definitivamente o mais famoso seriam os vampiros: Para muitos jogadores inexperiente, ele são a porta de entrada no misterioso World Of Darkness, inclusive para articulista que vos fala, ele também o foi. Não é preciso dizer o porquê: o sistema é relativamente simples, as “classes” (de que outra forma, se não usando um termo de D&D para definir os “clãs”?) inspiradas em estereótipos universais altamente carismáticos, a visão crítica e (por que não dizer cínica e canalha?) desiludida da sociedade.

Por ser o primeiro carro chefe da editora, o primeiro grande sucesso de público (o de crítica foi o já referido Ars Magika) e que inaugurou um rentável filão com outros sucessos como o arrasador Lobisomem e o soberbo Mago, entre outros, Vampiro: A Mascara traz em seu texto alguns elementos, que em virtude de seu sucesso se repetiriam quase que inequivocamente em outros sucessos da WW, a saber, principalmente: A percepção de que a realidade que vivemos não é a verdadeira, que somos manipulados por grandes organizações, que somos peões dentro de um embate ainda maior... uma lista para paranoico nenhum botar defeito.

Então, poderíamos dizer que ocorre uma pasteurização ou um processo de imitação contínua e industrial por parte da WW? Resposta: Não.  Mas, como os sistemas do Old WorldOf Darkness (o conjunto que engloba todos os livros lançados antes do ano 2000, quando foi inaugurado uma nova linha editorial denominada New World Of Darkness), não foram lançados simultaneamente, e para piorar, não foram criados originalmente para ter uma ligação entre si, casos de incongruência entre os rpgs da editora WW se tornaram gritantes, criando, no mesmo “mundo” (afinal o cenário, como diz o próprio Vampiro, é o planeta Terra só que “by night”),diversos “mundinhos”, dando a entender que o mundo onde vampiro anda na Terra, não é mesmo do Lobisomem, do Mago e por aí vai. Alguns poderão argumentar: Mas os narradores tem toda a liberdade de tratar cada jogo como uma única realidade. 

Concordo, mas ai que vêm outro problema: No afã de resolver esses “erros”, e até com testes de jogos com narradores e player (as famosas sugestões, que aparecem na parte de agradecimento de todo RPG e que ninguém lê) para aperfeiçoar o sistema foram lançadas novas edições para tentar integrar esses diversos mundinhos com o todo, o que ajudou a criar um sistema mais rico e criando a fama de “complexidade” dos títulos da WW ( que são mais fruto do velho empirismo do tipo “tentativa e erro”, do que algo deliberado e planejado em si). Foram feitos muitos acertos de fato... Ainda assim, surgem discrepâncias, as vezes gritantes, mas surgem e que na melhor das hipóteses, podem dar origens a interpretações no mínimo originais, que servem de bom tema pra discursões em mesa de RPG (e de bar).

Vejamos alguns exemplos, a começar pelo do título desse artigo: Caim, o pai de todos os vampiros do Ocidente. Teria sido ele um Desperto? Em “O Livro de Nod”, a “bíblia” dos vampiros, é dito que quando Caim recebe “o sinal”  por seu crime (e que em Nod, numa das versões se diz, um “presente”), ele é expulso de Éden e foge para as bandas de Nod, no Oriente. Lá ele encontra Lilith, uma maga (talvez melhor dizendo, A Maga), que o ensina a usar seus poderes.

Até ai tudo bem, porém, surge logo de cara algumas coisas estranhas. A começar, no livro de Nod, é referido que Caim perambulou por Nod sendo acossado por bestas e anjos, perseguido por seres sobrenaturais (dos quais só ele via, considerando o fato de que o mesmo estava sozinho), ele vivia com medo e sozinho, não diferindo de qualquer mortal, afora o fato de ser sozinho e caçado. Só  após encontrar Lilith ele descobre o que realmente é e tem consciência de seus poderes. De certo modo, é como se ele tivesse “despertado” com o “sinal” recebido, porém, ele só terá consciência de seus poderes após o “treinamento”... Com uma Maga. Lilith teria sido assim a primeira ensinar disciplinas a um vampiro, e talvez, a ensinar o mesmo a usar magia.

Os Magos sempre pensam além...
Creio que os leitores, principalmente os que conhecem “Mago: A Ascenção” irão considerar a hipótese absurda, mas outros sinais de que os vampiros podem ser magos só que de uma outra linhagem aparecem referidos por todo o sistema. Por exemplo: Os Tremeres, uma casa de magos ligada a Ordem de Hermes e que surgem a primeira vez no livro Ars Magika (o núcleo do qual surgirá o livro Mago: A Ascensão),e que na segunda edição de Vampiro: A Máscara são “transformados”  em vampiros “magos”.

Os Tremeres são tidos como os “magos” vampíricos por excelência. Melhor dizendo, magos sem aspas. Para explicar o por quê disso é preciso voltarmos ao tempo da ambientação de Vampiro: Idade das Trevas e do Livro do Clã Tremere. Tremere era um alto mago de origem francesa pertencente a Ordem de Hermes, a então mais poderosa casa de Magos da Europa e talvez do mundo, que desde a mais remota Antiguidade era renomada e poderosa. Tremere estava politicamente falando, no topo da cadeia alimentar de sua organização, no entanto, o mesmo se mostrava insatisfeito e nutria para uns poucos asseclas o desejo de ter sua própria organização.

Antigos Tremeres
No entanto, Tremere percebeu algo, talvez antes dos demais Magos, e que só poucos (e muito poderosos) haviam percebido: A Magika estava com os dias contados. Ele começou a perceber que a magica da forma como havia sendo praticada estava lenta, mas gradualmente, decaindo, e que inexoravelmente isso levaria os magos a ruína. Porém, era difícil de acreditar nisso: A Idade Média ainda era um dos períodos de glória dos magos e mesmo com todas as perseguições, ainda existiam Magos que eram praticamente imortais devido à magika (o maior deles e o mais famoso: Merlim), por isso, a imensa maioria ignorou e até fez chacota de Tremere por suas idéias (pelo menos na frente dele: Alguns já pesquisavam outras linhas de magika justamente por isso) , outros no entanto, principalmente seus pares da Ordem de Hermes começaram a enxergar nisso planos políticos perigosamente contrários aos interesses da ordem, e o que era pior, poderiam levar eles a ruína. Isso valeu a Tremere anos de exílios e perseguições.

No entanto, Tremere inicia pesquisas voltadas para uma forma de descobrir uma nova linha de Magika que favorecesse seus planos e que fosse mais segura do que era usada pelos seus pares,e inimigos. Para isso, ele sai da França e se dirige aos Cárpatos, na região da conhecida Transilvânia, um dos locais com maior concentração de energia mística na época e aonde a Ordem de Hermes não era tão poderosa como no Ocidente. Lá, por acaso, numa de suas pesquisas com seus seguidores, ele faria a descoberta que mudaria para sempre o destino dele.

Um Gangrel na espreita!
Tremere encontra com Lobisomens, Fadas, e outras criaturas sobrenaturais. No entanto, nenhuma delas tinha o que ele procurava: Ele queria uma fonte de poder que no entanto fosse estável (ao contrário da “selvageria primitiva” Garou) e que pudesse ser assimilada por ele (ao contrário do Glamour das Fadas), é aí que ele encontra uma espécime fabularmente singular: Um vampiro do clã Gangrel.

Durante suas pesquisas ele descobre cada vez mais sobre os poderes daquela criatura, e mais ainda sobre a existência de outros de sua raça. Em ambos os livros não é revelada a origem, nome nem a geração desse desventurado gangrel, apenas se diz que ele sofreu horrores com as experiências conduzidas por Tremere. Com o tempo, Tremere adquira mais duas espécimes, um do clã Nosferatu e outro do clã Tzimisce.

Nesse meio tempo, Tremere e seus seguidores passam a chamar atenção pelos rumores que os cercavam e pelos casos de desaparecimento de seres do mundo das trevas, notadamente vampiros. A tal ponto, que os três clãs mais poderosos da região e que viviam em guerra (Nosferatu, Gangrel e o poderoso Tzimisce) se unem aos Tzimisce numa sangrenta guerra contra os Tremere que duraria cerca de 500 anos. É nesse período de guerra, movidos tanto pelo desespero quanto pela cobiça, que nascem os Tremeres.

Com o prosseguimento das pesquisas e a depuração das maldições vampirícas, Tremere consegue induzir com que uma de suas cobaias o transforme e em seguida, ele transforma os seus seguidores. É interessante notar que Tremere considerava os poderes dos vampiros como uma linha própria da magika e que não dependia diretamente da mesma, apenas dos efeitos místicos do sangue. Mas, mesmo com a transformação e com o gradual desenvolvimento de magias ligadas aos seus novos poderes, Tremere e seus seguidores ainda sofriam com as excaramuças vindas de todas as partes. É aí, que Tremere daria o seu segundo pulo do gato: A captura de um Salubri, que acaba por revelar, por meio de rituais mágicos ligados ao seu sangue, o paradeiro de Salubri, o antediluviano.

"Não pode ser!"
O Amarante de Salubri e o de Capadócio (que dará origem ao clã Giovanni, que também era de origem de Magos, no caso uma influente família de burgueses de Veneza ligadas ao ocultismo, tal como o Tremere) foram os eventos mais traumáticos para a sociedade vampírica de seu tempo, ao ponto de futuramente influenciar o nascimento da Camarilla (que oficialmente tinha como mote a caça aos Assamitas na Península Ibérica, segundo o documento de Madri denominado “Juramento das Rosas”, que marca a maldição dos Assamitas e o nascimento da Camarilla, e do poder Tremere). Os Tremeres cresceriam em poder e glória com o tempo a ponto de ser reconhecida por alguns de seus antigos rivais (com exceção dos Tzimisce) como membros plenos da sociedade vampírica.O fato é que o caso de Tremere gerou grande repercussão para os magos da época que passaram a discutir a validade dessa nova linhagem de magika. A decisão tomada foi a proibição e o banimento dessa nova forma de magia.

Os próprios magos da época consideraram um erro,mas nem por isso deixaram de reconhecer que se tratava de uma linhagem de Magika. Outro caso, poderíamos citar para reforçar o argumento seria o caso das feitiçarias Koldúnica (do clã Tzimisce), Taumaturgia Tremere e dos Assamitas. Esses clãs, além do simples usos dos seus poderes dominam rituais e procedimentos que caracterizariam na busca de efeitos, magika, diferindo a origem das mesmas: O sangue em vez da Magika, pura que no estado atual, limitaria enormemente seus poderes. E esses não são os únicos clãs a fazê – lo.

Quer alcançar a Golconda? Me pergunte como!
O caso mais espetacular no entanto fica por conta de Anatole Malkavian, ou Malkaviano, o 3ª geração do clã Malkaviano. Ele foi o primeiro a alcançar a Golconda, antes mesmo que Capadócio e Salubri. Ele percorreu a espiral de sua maldição, e conseguiu subir todos os níveis: No primeiro nível estão as perturbações, com o tempo o Malkaviano recebe mais perturbações, porém se de algum modo, o vampiro Malkaviano consegue entender a verdadeira natureza de suas perturbações e da realidade ele se torna um “sábio” manipulador da realidade (ao qual vê como uma triste ilusão),e no terceiro nível,o único alcançado por Malkaviano ele alcança o Nirvana e se torna “essência” (MAGIKA!), transcendendo a própria realidade. Malkaviano alcançou esse nível ao ponto de ter se transformado na personificação do inconsciente coletivo de todos os seres da noite, inclusive de seu próprio pai, Caim.

O caso Ravno é o mais complexo em si, porém, algumas linhas de interpretação, do próprio livro de Ravnos apontam a possibilidade de que Ravno não teria de fato morrido, mas alcançado outro estado de transcendência. Temos o mesmo sendo visto com Salubri e Capadócio.

Mas, saindo desses casos, analisemos o vampiro em si. Em Vampiro: A Máscara , quando é criado um vampiro pelo jogador e ele determina o seu clã, é considerado por via de interpretação que o seu criador o reconheceu como membro do clã e que o mesmo é parte integrante. Ora, o vampiro quando nasce, não sabe de imediato que é um vampiro de um clã X ou Y, ou que é um soldado de seita A,B,C. Por essa interpretação, ele só conhece os seus poderes, sua verdadeira natureza, quando “desperta”, ou seja, conhece sua linhagem sanguínea e seus poderes, seja mediante um tutor (seu criador ou clã) ou sozinho, se tornando um Caitiff.

O caso dos Caitiff seria talvez o mais complexo: Como um indivíduo que não sabe ou não é reconhecido por sua verdadeira linhagem poderia desenvolver determinadas disciplinas ao “despertar” sozinhos? Afinal, algumas disciplinas são criações exclusivas (apesar de aprendidas) de determinados clãs.

Os Caitiff seguiriam assim, aparentemente, os seus antepassados antediluvianos. Os antediluvianos só aprenderam seus poderes com seu mestre, Caim e a segunda geração. Os antediluvianos desenvolveram técnicas específicas, magias, que dariam origem as disciplinas, no entanto, é assumido que todos conheciam, todos os poderes em níveis inimagináveis, o que demonstra um intercâmbio, um aprendizado que poderia aventar a hipótese de aprendizado de magia.

As idiossincrasias dos vampiros também não constituem em si também um impedimento para essa hipótese: O fogo, os pontos de fé e as presas causam danos sobrenaturais em diversas criaturas, além de danos físicos em mortais (no caso do fogo e das presas), o que não torna uma exclusividade vampírica.  O sol, a marca maior dos vampiros, causa dano até em seres vivos (câncer, radicais livres), porém no vampiro ele causa danos de natureza sobrenatural que também podem ser compartilhados por outras criaturas místicas.

Caim, Caim... Onde está você?
Por fim, a questão da natureza vampírica ou da Besta. Nos próprios dizeres do livro Vampiro: A Máscara, todos nós possuímos a Besta dentro de nós, por ser o nosso lado mais selvagem a diferença estaria de que nos seres humanos ela teria uma natureza psico-comportamental, enquanto que nos vampiros ela se manifestaria além do aspecto citado no campo físico também (em teoria, os vampiros não teriam necessidade de se alimentar de sangue: eles fariam isso devido a besta que a dentro deles e como consequência do uso de sua magia, que os mantém inclusive vivos, exemplo da total independência que um vampiro poderia ter do sangue seria o alcance do nirvana mediante a Golconda). O mesmo pode ser dito dos metamorfos cujo o lado bestial seria abençoado pela Wyld, Weaver ou Wyrm.

O intuito desse artigo, que com certeza gerará críticas e incompreensões, não é gerar polêmicas mas sim debater um aspectos pouco mencionados no sistema WoD da WW. É bem provável que haja (e muitos) erros conceituais e até de informações,por isso, peço desde já desculpas por eventuais equívocos. Que venham e que sejam muito bem vindas as críticas e os debates, pois, afinal, eu, sou meramente, como nos dizeres de um colega de Malkaviano,  apenas um profético seguidor da Wyrm dedicado a espalhar o caos na face das mesas rpgísticas sobre a Terra. Narradores de todo o mundo, tremei!

Como diria Jean-Mariet Arrouet , o Voltaire, numa discussão polêmica com o Barão de Montesquieu a cerca da natureza do Estado Moderno


“-Posso não concordar em absoluto com o que dizes, entretanto, defenderei o sagrado direito de defender suas idéias!”

Dedicado a Marcelo Queiroga, Rafael Soares, Marlon Nid, Thaynah Ybacá Leal, Barbára Figueiredo, Bruno Oz, Ailson Lima e demais membros da Malkavianos Club de RPG, que me aguentam tanto e pelos debates construtivos.

11 comentários :

  1. Bom estava eu conversando com o autor do post, e chegamos a elocubrações interessantes, vou postar a conversa na integra...

    Eu:
    Bom Mesmo embora, eu obviamente discorde em alguns pontosmas no geral muito bom.

    Diego:
    explique meu mestre e comente la tbm.

    Eu:
    hauhauh Bem, basicamente eu falo dos vampiros por sendo seres sem poder criativo, e isso é a essência da mágika. moldar a realidade QUALQUER um faz, todos os seres místicos fazem em menor ou maior grau mas a diferenciação dos magos esta no ponto em que eles são primariamente seres da Wild eles são mudança, mesmo que alguns pareçam servir a Weaver, eles servem a um tipo de mudança. não existe mago estático, todo e qualquer mago, é um moldador da realidade por natureza, mas um ser de pensamento criativo e fluido por definição.

    Diego:
    poste isso la se bem que tenho que discordar sobre um caso uma amiga narradora de mago usou argumentos proximos aos seus.

    Eu:
    Tendo tais pontos em foco, seria interessante observar que realmente Ravnos e Malkav conseguem moldar a realidade como um mago faria, mas isso é uma extensão do poder como criador dele, uma nível de experiÊncia que muitos não tem.

    Diego:
    entrentato teve um nó em que ela se perdeu.

    Eu:
    qual?.


    Diego:
    tem nome e sobrenome ANATOLE MALKAVIAN esse ai,e um caso sem resposta.

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  2. Eu:
    exatamente isso Anatole e o Ant dos Ravnos tem poderes semelhantes.
    Diego:
    segundo a teoria dela,anatole teria de alguma forma mesmo transformado ter conseguido aprisionar o avatar dele o que teria permitido a ele evoluir tão fodásticamente coisa que nem um outro conseguiu.

    Eu:
    não creio.

    Diego:
    mas isso e algo que n e esclarecido em wOD ele,malkavian,e imortal de fato.ele seria mais temido que o próprio caim ele se tornou pura essencia sua consciencia espalha por todo mundo das trevas e dizem que as perturbações dos malk.
    seriam extensões de frações de sua conscineciamas malkav....aparentemente conseguiu e isso e que e foda.

    Eu:
    Segundo Senex no inicio do livro da segunda edição ainda, os magos estáticos e outras criaturas sobrenaturais, conseguem fazer ondam que podem encobrir você, mas eles não são capazes de rasgar a realidade.
    mas isso esta vigente em todos os vampiros, basicamente qualquer vampiro pode aprender toda e qualquer disciplina, o sangue original de nada vale para o vampiro...(a não ser por suas maldições)a questão de Malkav seria a mesma da de RavnosRavnos poderia na realidade ter aprisionado o mundo em uma cruel realidadee nessa realidade ilusória ele morreuele poderia ter feito uma realidade alternativa onde ele seria mais poderoso que Cainou qualquer coisa do tipopois é isso que a estrutura do Quimerismo fazela cria uma realidade de uma fantasia, mas ainda assim, não é uma reação que a realidade não esperao Paradoxo é aquilo que por definição faz com que um mago seja um mago.

    Diego:
    vc tem noção do que disses?isso e muito fodacomo n poderia sermagika?.


    Eu:
    pois o paradoxo é a reação da destruição da realidade por siporque isso era esperado pela realidadea magika não é
    por isso existe mágika coincidente
    e vulgar
    a mágika vulgar é realidade sendo violada em seu sentido mais amplo, ela não espera que tais coisas aconteçam por isso reage de forma abrupta contra o mago. o vampiro a usar uma disciplina por mais poderosa que ela seja não abala as estruturas da realidade entenda um mago se permitido refaz a criação um vampiro faz uma criação eis então uma diferença primordial.
    Diego:
    humporém,n achas que haja semelhanças de sistemas,devido a formação daestrutura do jogo?alguns conceitos de vampiro,creio eu possam ter inspirado magoque eo mais recente.
    Eu:
    sim, certamente mago é mais recente e isso deve ser levado em consideraçãomas há a questão conceitual mesmoVampiro é um jogo sem temaé um jogo de horror pessoalprontoMago é um jogo temáticoum jogo sobre acreditar e mudançasou sejaenquanto um trata de algo que deve sempre ir para baixo, outro fala de algo que sempre vai para cimaentão creio q as semelhanças sejam mais no conceito do cenário, ou seja um que desce pois tem que descer, mas se debate antes. e outro que sobe contra todas as expectativas.

    Diego:
    creio que tbm isso decorrer, pois ambos bebem de uma fonte comum arsmagika

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  3. Tá, vamos lá: eu discordo. É sabido que magos verdeiros, detentores da mágika, são capazes de ensinar mágica estática. Acredito que Lilith tenha ensinado mágica estática para Caim. Porém, como ele era Amaldiçoado, quando ele rumou em busca do Despertar, contrariando Lilith, todo mundo sabe no que deu - nasciam os vampiros como eles se tornaram desde então. Ele "Despertou", mas seu Despertar foi... não o Despertar dos magos, da Vontade Iluminada, mas a tentativa de ele, um ser que já era marcado por Deus, ao tentar se tornar um ser humano iluminado após cometer um crime bárbaro do qual nunca foi capaz de se arrepender, foi transformado em outra coisa. E Disciplinas nada mais são do que mágica (sim, com c e não com k) estática. Todos os magos reconhecem que são poderosas, sim, mas não tem o mesmo grau de poder, versatilidade e fluidez da mágika verdadeira. Enquanto, por exemplo, um nível exato de dada Disciplina vai ser capaz apenas de fazer sempre a mesma coisa (por mais inventivo que seja o vampiro pra usar), para que ele crie variações deste mesmo nível de Disciplina, ele precisa recomprar tal ponto (isso se vê em níveis altos de Disciplinas, conforme descrito no Guia da Camarilla, por exemplo). Já um mago verdadeiro, que tenha um ponto em dada Esfera, pode fazer absolutamente qualquer coisa que sua imaginação mandar dentro dos limites daquele conhecimento. Pode, por exemplo, usar o mesmo nível de Correspondência para se teleportar, voar, telecinese, comunicação a distância... a diferença entre a mágika e a mágica é, justamente, que a mágica estática opera num nível possível, dentro da realidade, enquanto a mágika verdadeira altera e abala as estruturas da própria Tellurian.

    Estas questões foram melhor esclarecidas em The Red Sign, onde descobre-se como quebrar a maldição vampírica através de mágika verdadeira. Se não me engano, é o vampiro Ambrogino Giovanni quem consegue ajuda de magos para tal experiência. Ele descreve, inclusive, o Ritual of the Red Sign. O livro marca o final dos tempos, quando a Maldição de Caim é quebrada, e revela que sim, ao longo da história, isto já foi feito outras vezes - através da Mágika Verdadeira. Gente, Disciplina não é Mágika Verdadeira, Feitiçaria Koldúnica não é Mágika Verdadeira, Quimerismo não é Mágika Verdadeira, Taumaturgia não é, pelo amor de Porthos, Mágika Verdadeira. Tudo isso é magia estática - não altera a realidade per se. Se alterasse, causaria Paradoxo, porque o Consenso iria de encontro a isto. Mas não, vai de encontro, abarcando muito bem, obrigada, a magia estática.

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    1. Assino forte em baixo, de preferência com meu nome das sombras! Rs.

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  5. Não. Simplesmente não. Para falar de Despertos, você precisa entender a diferença entre mágika dinâmica e mágica estática. Conforme citado ali em cima.
    Uma coisa que os livros deixam bem clara, é que a maldição vampírica destrói o Avatar. Sem Avatar, sem mágika.
    O que Lilith (ahi hay Lilitu) ensinou a Caim foi simplesmente como usar seus poderes estáticos inatos, as Disciplinas, por assim dizer. O poder de Caim está acima das Disciplinas conforme descritas nos livros de V:tM, mas ainda contido por limites estáticos.
    Você cita os Tremere, como antigamente Despertos, parte da Ordem de Hermes, e os atualmente magos vampiros por excelência.
    Pois é. Eles eram Despertos, e em busca da imortalidade através de sangue vampírico, eles descobriram o efeito secundário desagradável de não terem mais um Avatar, e portanto sem condições de praticar mágika. Assim, através de seus conhecimentos acumulados e pesquisas sobre a vitae, eles desenvolveram a Taumaturgia, que não é nem de longe como Mágika Verdadeira. Quer um exemplo bem claro? Tome o funcionamento de cada uma delas. Taumaturgia tem quinhentas Trilhas, mas cada uma delas só faz uma coisa, em cada nível, como praticamente todos os poderes estáticos (exceção da regra sendo Changelings). Esferas, em cada nível, abrem progressivamente o controle completo dentro da área que ela cobre. E são usadas normalmente em conjunto, de maneira, bem, dinâmica.
    As outras formas de feitiçaria vampírica, Koldun, as Trilhas Assamitas, Necromancia e suas Trilhas, são como Taumaturgia, e mais antigas ainda. Mas não são mágika, apenas mágica estática, que agem dentro de seus limites, e dentro dos limites da Realidade. Qualquer coisa que possa violar os limites da Realidade, eventualmente causará Paradoxo, que é a Realidade se revoltando contra seu agressor, para colocar de maneira simples.
    O que aconteceu com Malkav, mais possivelmente, foi ele ter se tornado a Malkavian Madness Network. Ravnos, é um caso interessante. A maneira como Quimerismo funciona, especialmente no nível 10, na minha opinião, chega ali perto do limite entre o estático e o dinâmico. Mas ainda é estático. Os Caitiff simplesmente fazem o que vampiros muito mais velhos, como os Antediluvianos e os fundadores das linhagens de sangue, fizeram antes. Aprenderam a usar os poderes da vitae a sua própria maneira. O motivo dos Caitiff terem uma facilidade especial, talvez seja porque a necessidade é a mãe das invenções. Nada disso é mágika. Apenas Disciplinas. Os Antediluvianos possivelmente aprenderam sim suas Disciplinas sozinhos, e alguns mesmo as compartilharam. Por isso as Disciplinas em muitos casos refletem a personalidade dos Antediluvianos. Os poderes da Segunda Geração, seriam entre os de Caim e dos Antediluvianos. Acima do das Disciplinas, mas não como Caim, e com isso eles foram derrubados pela Terceira Geração. E não importa o quão poderosos Malkav ou Ravanna pudessem ter se tornado, Caim ainda chutaria o rabo deles sem dificuldade.
    Se você quiser ter alguma noção de quão nociva vitae é para a prática da mágika, dê uma olhada no que acontece com magos que se tornam Carniçais, no Blood Treachery.

    TL;DR
    Não. Vampiros não tem Avatar. Vampiros são criaturas estáticas, mágika é dinâmica.

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  6. Assino em baixo também. Em um debate sobre esse texto, há alguns dias atrás, eu disse:

    "Demônio: A queda é um livro que esclarece várias dúvidas sobre o Clássico Mundo das Trevas. E Caim não é um Desperto, é um vampiro, que através dos conhecimentos aprendidos com Lilith (Uma Desperta ou como diz o livro dos Verbena, uma Wyck) ensinou-o a usar a quintessência de seu sangue como Disciplina(s), que são Mágica Estática - que não gera paradoxo. Diferente da Mágika Desperta, que não apenas altera a realidade - gerando paradoxo - mas, sendo ela também realidade, pois, o paradoxo nada mais é que um choque de uma realidade - a do desperto - contra a realidade do consesus - adormecidos. Lembrando que os Despertos são os Magos, Tecnocratas, Nephandis e Desauridos e que qualquer ser humano tem a possibilidade de despertar e que no cenário de Mago, Tecnologia também é Mágika, tanto é que os próprios Tecnocratas levam paradoxo com instrumentos tecnológicos muito avançados."

    Essa explicação sobre a diferença entre Mágica Estática e Mágika Verdadeira, além de ter sido me dada pelo meu digníssimo narrador Rafael, também tive a oportunidade única de ouvir a explicação do Phil Brucato, um dos principais autores do cenário de Mago: A Ascensão, desde a 2ª edição.

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  7. Cara****, quem escreveu essa mer**??

    cara, como ele pode vir dizer q o nWoD não tem relação entre eles (vampiros, lobsomen, mago, etc...)? se a Propria WW disse que nesse novo cenario foi exatamente para que todos eles pudessem se interegir...
    o cara por acaso leu antes de escrever?? ou claro, so conhece o sistema antigo (que por sinal é mt bom), ai tem a cabeça quadrada d n qrer sair da rotina e aprender algo novo e começa a falar sem estudar antes... PQ*
    sem comentarios, e pra piorar o titulo: cain era mago?? no oWoD msm diz q cain foi o primeiro vampiro... lol
    estuda antes de falar

    pena msm q postaram esse texto no blog

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  8. Deprimente o post acima, espero que não retirem opção Anônimo.

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  9. Não misturem as edições!

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  10. Uns adendos a conversa.

    Meio que cheguei a umas conclusões e teorias:

    Toda criatura tem um avatar de certa forma, a diferença é que os Magos tem um Avatar para sí proprios.

    Os Vampiros teriam os antideluvianos como avatares, e isso explicaria a conexão tão grande através do sangue ao ponto de os ravnos endoidarem em conjunto quando O Ravnos acordou, ou os tremeres ati-tribos terem lido limados da existência. Dos Lobisomens e metamorfos em geral seria Gaia ou o Sol (Mokoles)

    Os magos são os humanos herdeiros dos Siderais de Exalted (http://whitewolf.wikia.com/wiki/Sidereal_Exalted), que usavam o Tear do Destino (que controlava a realidade) para executar magias, e os Siderais são exaltados vinculados aos planetas, que tecnicamente é a base da estrutura magica dos Magos, que dividem os ramos das magias em esferas. Em Exalted, a função dos humanos é solidificar a realidade, de forma que a wyld e o caos não desfaçam a criação, quando uma zona da wyld era transformada em criação, os humanos eram enviados para lá para tornar a região estavel. Ou seja já existia nos humanos uma interação inata com a realidade, e uma vez parte deles herdando a função dos siderais, era natural que manipulassem a realidade. Existe até uma carta dos Siderais para os Magos falando desse legado ( http://whitewolf.wikia.com/wiki/Laws_of_Ascension_(limited) ).

    "We are the voices of the time before this time. We are the fire that burns within you. We are your hand upon the locus of creation, and your transfiguration.
    Once, we were as great blazes, and now we are as the campfires of men. Once, we shaped the turning of the heavens. Our desires changed the destinies of men and ended kingdoms. Now we are made lesser, echoes of the greatness that once was, choked slowly into silence by the doom that our own hands wrought.
    Our story is one of hubris. Once, we were party to a crime so great that words cannot contain it. We laid our hands upon the pillars of heaven, and our bloodied knives gave birth to death itself. Our payment was the power to shape the fates of men, and we took it, for we were young and proud in those days.
    And the power we had gained brought us nothing but sorrow. We were senseless with our power. Our road to perdition was paved with a hundred curses, each worse than the last, brought down upon our heads by the sin that brought our might.
    In penance, we sought to mend the ills of the world without realizing that we ourselves were sickened. A war raged over creation's destiny. Blindly, we followed prophecies that we ourselves had pronounced. Although the signs showed us that our pronouncements were in error, we closed our eyes to them. Surely, our vision was not in error. Rather, the portents of ill omen were mirages. The signs we ignored must only be the anxious dreams of cowards and old women.
    We were wrong, and the world was broken for our error. Since then, it has been the way of things. Ceaselessly, we strangle one-another, while the world around us grows ruddy with the sunset of creation. As age piles upon age, our pride builds for us a mountain of murders so great that a man might stand upon it and have commerce with the sad and shabby things that once were gods.
    This is our punishment. No good can come of the power that our sins won when the world was young. I have seen what must be done. I have spoken with the victims of our awful crime, as they lay sleeping in their tombs. I have set my face into the darkness.
    I will bring justice into this world. I will return to those who are its rightful owners. They are not unforgiving, my new masters. In the dark places beneath the underworld, they will teach us the error of our ways."

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