quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Cadê o histórico do personagem?

Tá aí uma personagem interessante!
Por Ramiro Emanoel        


Semana passada eu falei de um novo começo, o abandono de histórias de ação para uma temática mais interpretativa, mas mesmo assim falta uma coisa.
        Em um jogo de RPG muitas coisas começam a influenciar a história, quando uma missão termina indo para outros lados o mestre deve está preparado para adaptar esse momento, mas como todos sabem quem faz essas linhas serem escritas turvas não é o narrador e sim os próprios jogadores, as escolhas deles antes, durante e depois de uma missão pode influenciar  toda a crônica e isso é trabalhoso para o narrador controlar, porem é isso que deixa o RPG um jogo tão adorado.
        Vamos agora para a parte dois, os personagens:
        Quando o narrador cria um universo para os jogadores, ele pede para que os Pjs sejam criados para se adaptarem ao local, criar históricos que coincidam com o cenário, mas às vezes esses históricos não vêm como ambos desejam, muitos fatores existem para isso:


Cenário, Criatividade e Vontade...

  • Cenário:
Cenário pode ser fonte de inspiração
        Quando nos deparamos com um cenário pré-definido, terminamos percebendo que a história do lugar, às vezes rica, dá espaços para criar a história do personagem. Apesar disso, alguns jogadores preferem não usar toda essa informação.  Esse fato é pode ser explicado. Os jogadores têm medo de estragar a história e tentam fazer uma coisa mais simples. Isso não é errado, mas aproveitar todo aquele ambiente poderia ser melhor.
        Inicialmente os personagens dos jogadores são fracos e não podem realizar muitos dos feitos que um personagem mais poderoso poderia fazer. Ele é um iniciante, mas isso não impede que o mesmo personagem seja filho do herói que salvou a cidade do dragão negro por exemplo. O herói pode até ter morrido, mas ele não parou para fazer filho em nenhuma cidade? (talvez o seu não, mas será que ele parou?). Quando essa parte da história for criada, o narrador pode até usar para fazer uma surpresinha para o jogador.
Criatividade:
        Um dos piores problemas em minhas mesas de RPG é que os jogadores pensam em criar um personagem figurante (é isso mesmo!), aquele personagem sem história, que está pensando em crescer e nada mais (e os jogadores terminam me entregando a história depois), de qualquer forma o narrador (como eu) pode dizer um resuminho do que ele quer e conversar com os seus jogadores para deixar claro que eles podem escrever qualquer coisa sobre os personagens (que não fuja do contesto do cenário é claro). Como exemplo, usarei o personagem de um jogador meu que fez uma história Piratas do Car... Desculpem-me eu errei! Ele fez uma história para Reinos de Ferro:
Pode pegar umas ideias de filmes...
        Willian (sem onda é o nome mesmo) nasceu em uma cidade ao norte de Imorien, de sangue nobre vivia no luxo que qualquer recém-nascido gostaria de ter (ou não), a vida em sua cidade era muito boa e sua família era adorada por querer da o poder ao povo, mas a família dele foi atacada, ainda recém-nascido foi pego por um grupo de piratas que o criaram.
        O jovem nobre, sem saber de seu passado, torna-se um dos marujos mais confiáveis do capitão e também filho adotivo do mesmo, mas como sabemos, todos os filhos crescem e um dia ele deixou a sua família adotiva para traçar seus próprios caminhos.
        Por mais que meu jogador tenha escolhido pertencer a uma família nobre, ele poderia escolher se essa família  estaria viva ou não, mas eu, como narrador, tenho total poder agora que ele me deu um histórico, de fazer alguma coisa ligada a isso e deixar as linhas das aventuras o mais próximo da história do personagem possível.
Vontade:
        Um dos problemas mais difíceis de sobrepujar é o da vontade de não fazer história. Alguns jogadores perderam a vontade de fazer uma história já que boa parte da mesma não é usada. Os jogadores, na maioria das vezes, fazem histórias bastante ricas e os narradores pegam e jogam fora como se não tivesse nada (e às vezes estão totalmente ricas de nada).
Acorda pra fazer história Pippin...
        O mestre deve com todas as forças e poderes divinos fazer com que as histórias dos jogadores sejam usadas, nem que um mísero mendigo saiba o nome do pobre coitado do ex-nobre Willian e o reconheça, mesmo depois de crescer, quase perder um olho, fica sem o dedo medindo e comer de canudo por causa da falta de dentes e dos braços engessados, o narrador tem que mostrar que leu a história, assim os jogadores sempre vão fazer histórias boas, e os que não fazem vão começar a fazer.
Fatores de Criação:
         Fatores são importantes para a criação do personagem e sem eles os pobres coitados não podem ser considerados bons ou ricos.
O que há de errado comigo?

Aparência: 

        O fator mais bem lembrado no jogo é a aparência do personagem e ainda assim existem jogadores que se esquecem de fazer uma coisa detalhada e todos os personagens se tornam Loiros de cabelos curtos, fortes de 1,80m a quase 2,00m, os jogadores usam sempre quase todos os modelos, mas acredito que jamais se esqueceriam da aparência de um velho de 60 anos raquítico, careca, barbudo até os pés e banguelo de cinco dentes (Geraldo esse foi bom!).

Personalidade: 

        O jogador deve fazer a personalidade ficar bem aparente, nem que ele seja um personagem muito tímido, ele deve mostrar o personagem agir como um personagem tímido e não como um personagem inexistente que só aparece na hora do combate puxando a espada longa e partindo pra pancada, e a timidez dele foi pra onde? Para o Infer%#?

Objetivo: 

        O seu personagem deve querer alguma coisa na vida nem que seja ficar de perna para cima sem fazer nada, para isso ele precisa bancar gastos no mínimo ele vai precisar de dinheiro para viver, mas criar um objetivo para o personagem pode até melhorar o contesto da história do mesmo e não se esqueça de interpretar o objetivo. O guerreiro perto da morte pode até conseguir novas forças para lutar lembrando que seu objetivo merece ser buscado.
Dica:
        Não precisa fazer um livro como a história do seu personagem, se nas 10 linhas que você escreveu ficar intrigante e interessante já vai valer mais que mil paginas (talvez menos!).

        Agora que você já fez sua história é entregar para o narrador e o fazer ler, caso tenha alguma coisa que você não quer que o grupo fique sabendo avise ao narrador e viva feliz pelo resto de sua vida... Quer dizer, de seu HP!

Um comentário :

  1. Lázaro 'Arauto' Júnior1 de novembro de 2011 às 16:12

    Montar um background decente é muitas vezes um terror tanto para o Mestre/Narrador quanto para o Jogador.

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